Devido a uma questão de mobilidade e deslocamento pela cidade de São Paulo por meio da bicicleta e, também, por conta do evidente crescimento do cicloturismo no extremo sul da cidade, um assunto muito comentado é o da implantação de estruturas ciclo viárias.
ONDE ESTÃO AS CICLOVIAS EM PARELHEIROS?
Por se tratar de uma área ambiental, ciclistas que fazem questão de se locomover de bike pela região de Parelheiros na Zona SUL da cidade de São Paulo, deveria se tornar um assunto prioritário nos planos na atual gestão do Ricardo Nunes. Mas, o que se tem visto não é bem o que deveria acontecer.
Todo ciclista que pedala diariamente ou apenas em algumas ocasiões com o objetivo de conhecer pontos históricos ou gastronômicos (o chamado cicloturismo), infelizmente, se depara com vias intensas por seu caminho. Quem pedala seja no dia a dia ou para conhecer os atrativos, pontos históricos e recursos naturais como as famosas cachoeiras, infelizmente ainda precisa conviver com vias de trânsito intenso pelo caminho, mesmo ganhando o nome de “ecoturística”, quando na realidade, deixaram de ser estradas locais há muito tempo para se tornarem avenidas.
Para piorar, os planos para a Estrada Ecoturística de Parelheiros (antiga Av. Sadamu Inoue) não são nada bons para quem pedala, pois a Subprefeitura Parelheiros prevê um alargamento da via, o que pode inviabilizar totalmente a implantação da prometida ciclovia no local e, consequentemente, a chegada dos ciclistas que consomem e movimentam o comércio do extremo sul.
Entendemos que a via possui problemas para quem utiliza o carro, no entanto, muitos estudos comprovam que alargar vias para os veículos motorizados é um erro e só piora a situação, pois como dizem, tentar resolver congestionamentos alargando vias é como querer solucionar problemas com a obesidade, afrouxando o cinto.
No mundo inteiro, a solução tem sido investir na melhoria do transporte público com corredores e aumento da frota, além da implantação de calçadas e ciclovias, oferecendo opções de deslocamento para reduzir os gargalos.
Abrir mais vias pra carros, alças de acessos pra rodovias e novas avenidas, aumentam cada vez mais o problema, que se tornaria irreversível especialmente pro bioma da região, que já sofre com invasões pela facilitação de acesso.
E se tratando do Pólo de Ecoturismo é fundamental, investir no transporte sustentável com seriedade, como pauta fundamental, onde a bicicleta na pauta, inserindo estruturas para que todos possam chegar em segurança, pois atualmente só é possível alcançar a região em grandes grupos de pedal ou fazer longas voltas. Além da bicicleta, deve-se pensar também o transporte sustentável para quem mora na região, incluindo o ônibus elétrico de alta capacidade com vagas também pra bicicletas, sendo mais uma alternativa pra quem pedala, ainda não percorre longas distâncias, mas deseja conhecer o Pólo.
Para o turismo, o essencial é investir nos atrativos existentes, onde mais uma vez é fundamental criar estrutura tanto pra chegar (de forma sustentável), mas também pra ficar e contemplar, sem agredir o ambiente com tração 4×4. É preciso investir na demanda já existente, pois como o ditado diz: “em time que está ganhando não se mexe”.
Infelizmente, nos últimos tempos o Pólo tem tido posicionamentos muito obscuros, desde o momento em que tem um presidente que torceu pela remoção dos equipamentos cicloviários da cidade, retirando até Ciclofaixas de Lazer, bem como a tentativa de remover estruturas cicloviárias que fariam chegar ao próprio Pólo de Ecoturismo.
Com isso, atualmente temos visto apenas a busca por recapeamento e asfalto em vias, onde potenciais grupos com centenas de turistas em bikes poderiam passar, mas poderão começar a evitar por conta do estímulo dado ao carro e constante crescimento da agressividade dos motoristas na região como na Estrada Ecoturística de Parelheiros, Estrada de Jaceguava, Estrada do Colônia e outras que estão ou poderão receber esse tipo de intervenção priorizando o uso do transporte motorizado.
Enquanto isso, o Pólo de Ecoturismo vem perdendo desde 2021, recursos importantes para o investimento cicloviário em troca de asfalto ao custo de bilhões.
Repudiamos veemente e lamentamos que a pauta do cicloturismo vem sendo tratada com tão pouca seriedade, pois passados 9 anos da criação do Pólo, a região não possui estruturas cicloviárias, que levem as pessoas em direção ao Centro ou tragam os cicloturistas como segurança ao Pólo. Parelheiros e Marsilac possui uma única ciclovia, que apesar de atender localmente, está segregada da rede municipal e, desde a sua criação, não foi completada. Esperamos que a gestão municipal, assim como conselheiros e representantes do poder público, leve o tema com seriedade e comprometimento de soluções urgentes, retrocedendo em pautas que não agregam na melhoria da mobilidade / turismo local.
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Fonte FACEBOOK -Fanpage Bike Zona Sul